Sapio em "Feedback"

Quando entramos na vida adulta, descobrimos que “falar na cara” pode ser, na verdade, um ato de amor. Quem diria, hein, Sapio?

E se você vem curtindo a Sapio, compartilhe com seus amigos, colegas de trabalho e familiares. Vamos trazer mais pessoas para fora do ordinário! É só mandar esse link aqui.

A Arte do Crescimento Mútuo

Quem já não conhece o famoso "feedback", talvez ainda não entrou na vida adulta e/ou não trabalha em uma empresa um mínimo estruturada.

Essa ferramenta, que é parte do coração do nosso desenvolvimento pessoal e profissional, traz um poder de transformação - essencial, mas muitas vezes temida ou mal interpretada, certo? Ou você já passou da fase de aperto no coração quando seu chefe te chama para conversar, ou o RH, ou até seus pais?

Como reflexo da nossa cultura brasileira, de personalizar relações e situações, e tudo ser "pessoal", o feedback é sempre visto como vilão, e como ataque (mesmo todo mundo sabendo que feedback é uma palavra neutra que significa “retorno", e pode ser positivo, negativo, construtivo, e por aí vai).

Que tal mudarmos nossa forma de pensar, e apresentar uma forma enriquecedora de dar, e de receber feedback?

Se você ainda não sabe, no seu caminho na vida adulta, isso vai fazer parte do seu dia a dia, sendo líder, sendo liderado, é melhor saber lidar com isso.
Bora?

Maturidade

Não temos. E aqui acaba a Sapio dessa semana!

Palavra chata que ninguém ensina pois ela é cheia de nuances, é situacional, e bem ampla para compreendermos de forma simples. Maaaass, para entendermos feedbacks, precisamos de maturidade.

Primeiro, para entender que todo feedback, seja ele percebido como positivo ou negativo, carrega consigo o potencial de incitar a melhoria contínua. Ele é o espelho que reflete não apenas o que fazemos bem, mas também onde podemos crescer. A magia do feedback reside na sua capacidade de ser transformador, de abrir portas para o aprimoramento constante.

Segundo, é que vai fazer parte da sua rotina por mais tempo do que você imagina, pois atualmente, recebemos feedbacks de todos os lugares. Da sociedade, do chefe, do cônjuge, da realidade, do corpo (ressaca) e até da vida!

Sabendo disso, é importante alinharmos expectativas antes de continuar. Feedback precisa ser aprendido, tanto a dar quanto a receber, ok? E daqui em diante é sobre isso que falaremos.

Dar, sem machucar

Começaremos pela arte de dar feedback, na qual é aterrorizante pelo simples fato de que temos medo de ser mal compreendidos, e ao invés de evoluirmos juntos, criarmos uma rusga entre o interlocutor e o ouvinte.

E por isso que nós recomendamos a Sapio. Além da experiência alcançada em muito tempo de trabalho forçado, vamos atrás dos melhores estudos e práticas para você, leitor.

E ao que importa, seguimos: Como posso estruturar o melhor feedback possível, já levando em conta que a pessoa do outro lado não quer ouvir aquilo, mesmo sendo verdadeiro e necessário?

Primeiro, vamos de dicas:

  • Empatia: É necessário colocar-se no lugar do outro, entender suas perspectivas e sentimentos, e não somente vomitar o que se pensa;

  • Timing: Escolher o momento certo pode fazer toda a diferença na receptividade e no impacto do feedback;

  • Escreva: Ao escrever, evita-se fugir do tópico, ou usar palavras ambíguas e fora do contexto. Escrever dá a direção para um feedback assertivo e claro.

E para uma estrutura de processos, para darmos o melhor feedback, nossa sugestão é:

  1. Micro Sim: Inicie com uma pergunta que instigue um sim, preparando o terreno para a aceitação do feedback. Isso pode ser algo tão simples quanto: "Você tem 5 minutos para conversarmos sobre nossa última reunião?" ou “Tenho algumas ideias de como podemos melhorar as coisas, posso dividi-las com você?". Com isso, há também uma sensação de autonomia ao ouvinte, que pode responder sim ou não.

  2. Pontos de Dados: Seja específico. Evite generalizações abertas a interpretações e concentre-se em fatos concretos que ilustram claramente o ponto de discussão. Ao invés de falar “você não é mais confiável”, melhor seria "você me disse que iria enviar o relatório até as 11hrs da manhã, e até agora não tenho ele em mãos”. Aqui, a especificidade é essencial para feedbacks positivos e negativos, pois relata o que realmente deve ser considerado, sem abertura para interpretações. Um modelo sugerido aqui para utilizar seria o Pare, Comece, Continue (leia aqui mais sobre ele).

  3. Mostre o Impacto: Explique o impacto das ações observadas, conectando os pontos de forma que o receptor possa entender claramente as consequências de suas ações. Algo como “Por não ter recebido seu relatório às 11hrs, fiquei preso no trabalho e não consegui entregar o meu relatório ao meu superior às 13hrs, como havia me comprometido”.

  4. Pergunta: Finalize com uma questão que convide à reflexão conjunta e à solução de problemas, transformando o monólogo em diálogo. "Como você vê isso?” ou “Isso é o que eu acho que deveria ser feito, mas e você, o que você acha que deveria ser feito?” - Podem ser exemplos a serem seguidos.

Assim, acreditamos que o feedback será da forma mais direta, empática e produtiva possível, para que o objetivo dele, seja um elogio ou uma crítica construtiva, seja compreendido por ambas as partes de forma clara e coesa.

Exemplo de Pare, Comece, Continue

Dar feedback é sim uma arte, que exige prática, processos, e tudo que escrevemos acima. Um feedback bem dado pode guiar uma pessoa para uma nova fase, um novo caminho, pode melhorar o dia de alguém, pode inclusive criar um laço entre os participantes de confiança. Portanto, melhor saber como dar, para não azedar o caldo. 😅 

Receber, sem sofrer

“Aprender a receber feedback? Que porra novidade é essa?” - Disse todo mundo que tem o emocional aflorado.

Receber feedback também é arte, pois exige muito do ouvinte. Não acredita?

Você sempre recebeu retorno crítico, ou opiniões alheias divergentes da sua, com amor e carinho no coração? Nunca respondeu de pronto, justificou seu ponto, ou até brigou com ela? Se nunca, parabéns, você é iluminado.

Agora, para os não iluminados, precisamos sim aprender a receber feedback e trazer nosso lado mais maduro, pois nem sempre é fácil ouvirmos verdades que nao queremos ouvir (e muita das vezes, já sabemos sobre elas, mas não queremos enfrentar).

Para nós da Sapio, é MUITO mais importante aprender a receber do que a dar feedback, sabia?

E se fossemos resumir o que é saber receber, em dicas ou hacks, seria:

  • Adote uma Mentalidade de Crescimento: Veja o feedback como uma oportunidade para aprender, visando sempre sua própria melhoria contínua. (Se quiser saber mais sobre mentalidade de crescimento, recomendamos o livro Mindset, da Carol Dweck).

  • Escute Ativamente: Concentre-se no que está sendo dito, evitando a defensividade. A ideia é compreender a fundo o que está sendo passado. Se alguma parte não ficar clara, pergunte, peça exemplos, e deixe claro o que você entendeu sobre isso.

  • Supere reações emocionais: é comum surgirem gatilhos emocionais durante um feedback. Porém elas normalmente fazem-nos responder sem pensar, e depois, em casa, imaginamos como seria a conversa se tivéssemos pensado. Não é? Portanto, faça uma pausa ao receber, entenda a emoção que está sentindo, separe seu valor pessoal do feedback (pois um não tem nada a ver com o outro), reflita sobre o feedback com o objetivo de melhoria, dê tempo para responder (se possível, nunca no mesmo dia) e sempre, sempre MESMO, responda de forma construtiva, com um tom profissional.

Isso dá trabalho, e também precisa de prática, sabia? Lembre-se que não controlamos nossos sentimentos, mas controlamos o que fazemos com eles (olha o estoicismo novamente, está na hora de fazermos uma edição da Sapio sobre ele).

A tolerância é um atributo básico e o feedback uma obrigação capital. Ambos são alicerces do nosso templo individual.

Carlos Roberto Sabbi

Livro que pode ajudar: Obrigado pelo Feedback, por Sheila Heen e Douglas Stone - Embora o mundo dos negócios gaste bilhões de dólares todo ano ensinando às pessoas como dar feedback de modo mais efetivo, estamos operando no polo errado: o mais inteligente é educar os receptores - tanto no trabalho quanto nas relações pessoais. São eles, afinal, que interpretam o que estão ouvindo e decidem se e como mudar.

Desafio Sapio

Peça um feedback, simples assim. Ao seu chefe, ao seu par, no trabalho ou no seu relacionamento. Assim você já começa a treinar sua mentalidade de crescimento.

Se desse feedback surgir algo positivo, responda esse e-mail nos contando a história. Ficaremos muito felizes em participar com você.

Conclusão

Feedback é processo, prática normal dentro de um ambiente, e deve ser um hábito. Com ele, nós temos acesso a inúmeras vantagens, como crescimento, aprendizado, evolução e conexão.

E não precisamos ter medo deles, certo?

Nem ter medo de dar os positivos!!! Um estudo mostra que com eles, temos profissionais 2,4x mais engajados. Sabe o que isso significa? Sabe sim, já é Sapio e sabemos disso.

Portanto, bora espalhar mais esse aprendizado, e colocar nossa forma de pensar no modo construtivo, trocando ideias, visões e feedbacks, buscando melhoria e aprendizado contínuo!

Ah, e segue a Sapio no Insta por favor? Nunca te pedimos nada (já é a 5a vez pedindo isso) 😃 @sapioweekly

Até a próxima edição da Sapio, e lembre-se: em um mundo cheio de ruído, aprender a ouvir é uma arte!

Reply

or to participate.