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Sapio em Dilemas - "Seguir seus valores ou se adaptar ao sistema?"
Entre a paz interna e a promoção do trimestre.

Dizemos que queremos liberdade. Mas também queremos uniforme, plano de saúde e vale refeição... 😅😅😅
Número de Palavras: 980 / Tempo de Leitura: Aprox. 3 minutos.
A escolha do menos pior!
Nem sempre há certo e errado, sabe?
Às vezes, só existem dois caminhos difíceis — e a gente no meio, tentando decidir e fingir que foi uma decisão super racional e planejada.
Sapio Dilemas é uma nova série da Sapio feita pra isso:
Explorar escolhas reais, ambíguas, sem respostas fáceis.
Com provocação, ironia e uma leve crise existencial.
Porque crescer é, quase sempre, escolher qual desconforto vai doer menos.
Bora?
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Dilema: Seguir seus valores ou se adaptar ao sistema?
“Integridade é não se vender. A não ser que o bônus seja muito bom.”
Saca? 😅
Bom, você cresceu ouvindo: Seja fiel a quem é fiel com você.
Aí, você entrou no mercado de trabalho e… veja só… descobriu que ser fiel demais pode custar caro e que fidelidade não entra no cálculo do KPI.
Tipo assim:
Seu chefe elogia autenticidade… desde que você pense igual a ele.
A empresa prega valores… desde que os seus não entrem em conflito com o PowerPoint da cultura corporativa.
Ou seja: você pode ser você mesmo… até a página dois!
Aí vem o dilema:
Vale a pena manter seus princípios, mesmo que isso signifique remar contra a maré?
Ou é melhor engolir alguns sapos, sorrir para o sistema e garantir estabilidade?
🤷
Lado A: Seguir seus valores
É bonito falar isso, né? Parece nobre!
“Escolho seguir meus valores”.
As vezes é nobre sim. Você dorme tranquilo.
E acorda desempregado.
Mas… também significa demissões mais fáceis, promoções mais lentas e sorrisos falsos ao seu redor.
E o pior? Pode te isolar.
Integridade é linda… até virar obstáculo no cronograma do projeto.
Quando você diz “não” para o atalho, para a mentira elegante, para a regra não escrita, alguém diz: “Essa pessoa não é flexível!”
A tradução seria: você tem princípios mas no mundo prático atual, isso é o mesmo que dar trabalho pra quem não quer pensar.
Aí você vira o “chato do compliance”, o “complicador”, e por aí vai.
Sim, você mantém sua alma.
Mas às vezes o preço é um boleto que ela não consegue pagar.
Lado B: Se adaptar ao sistema
“Adaptar-se é sobreviver.” - disse alguém sábio um dia.
Provavelmente logo antes de ser promovido.
Você aprende os códigos, fala a língua da empresa, se encaixa no jogo…
… e avança!
A cada adaptação, uma porta se abre.
A cada concessão, um elogio vem.
A cada silêncio diante de uma incoerência, um bônus aparece.
E um convite pro almoço com a diretoria também.
Mas… tem um problema!
Você começa fazendo concessões… pequenas.
“Só hoje. Só esse projeto. Só até o próximo ciclo.” - diz você para você mesmo.
E o “só” vai ficando até virar seu novo sobrenome.
E um dia acorda com sucesso, cargo, carro, dentes de trident e um espelho estranho:
Você não se lembra quem era antes de aprender a jogar.
A adaptação excessiva corrói por dentro.
Você vira funcionário modelo e pessoa genérica.
E o vazio é proporcional à performance.
E descobre o pior: o sistema nunca se adapta a você.
Ele só te engole.
A Verdade Incômoda
Talvez, jovem gafanhoto, o dilema não seja entre “valores” e “adaptação”.
Talvez seja uma dúvida:
Quanto de si você está disposto a perder, e quando do sistema você está disposto a engolir sem se engasgar?
Como já falamos em outra Sapio, não dá pra ser 100% autêntico num mundo que premia conveniência.
E não dá pra ser 100% adaptado sem perder a si mesmo no processo.
É tipo uma corrida, saca? Cada passo, custa algo.
É ter que escolher, todos os dias, o que vale mais: paz interna ou paz externa.
Reflexão Provocativa
Quantas vezes você já fingiu concordar só para não parecer “difícil”?
Ou porque discordar dá muito mais trabalho que sorrir e acenar.
Quantas decisões você tomou pensando: “isso não sou eu… mas é o que esperam de mim”?
E aí entregou o que esperavam, mas voltou pra casa com um gosto de isopor na alma.
E, principalmente:
Quanto do seu eu você quer manter até ele virar um post motivacional no LinkedIn até se perder e ficar só na lembrança?
🤯
Sempre que você se encontrar do lado da maioria, é hora de parar e refletir.
Livro que pode ajudar: A vida que vale a pena ser vivida - por Clóvis de Barros Filho e Arthur Meucci - Uma conversa filosófica sobre sentido, escolhas e coerência com o que importa. Vale a pena ter sucesso no que você não acredita?
Conclusão
Você sabe que não existe escolha certa, né?
Mas se quiser se enganar mais um pouquinho, a gente espera.
O que existe, é uma consequência na qual você aceita conviver…
Essa é a realidade desse dilema.
Seguir seus valores pode te deixar fora do jogo e da folha de pagamento.
Se adaptar demais pode te deixar fora de si mas bem alinhado com os objetivos estratégicos da empresa.
Talvez, a maturidade desse dilema seja saber até onde dá pra ceder, e quando ceder significa se trair. Até onde você aguenta, ou um ou outro?
Você talvez não consiga mudar o sistema, mas também não precisa deixar ele te mudar por completo. Só até o próximo reajuste salarial, ok? 😅
Então… pequeno gafanhoto.. faça sua escolha!
Mas… escolha com consciência.
A Sapio não é egoísta, e você também não precisa ser!
Se curtiu, compartilhe com alguém que curte uma boa reflexão (ou que precisa desesperadamente de uma). Encaminhe esse e-mail ou envie esse link aqui.
Até a próxima edição da Sapio, e lembre-se: Se vender é fácil. O difícil é comprar de volta o que perdeu. 😅
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